terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Condicional

Nunca fiquei muito tempo sem ninguém. Era sempre alguém presente na minha vida, mas nunca alguém que preenchesse de verdade meu coração. Tá, algumas poucas vezes, mas nunca por tantos tic tacs de relógio. Sempre fui menina/mulher de muitas paixões e amores. Muitos pretendentes sim, disso nunca posso reclamar (com toda a modéstia que me cabe). Sempre meus pensamentos ficavam preenchidos com algum ser do sexo oposto, sempre pude conjugar o verbo apaixonar com um sujeito. Só que agora a oração tá mais pra sujeito onisciente, oculto, que qualquer outra coisa. Na verdade talvez tenha alguém que me faça suar as mãos, ficar nervosa, ou até palpitar acelerado o coração. E tem. O meu dito cujo coração, porém, tá tão balançado, tão machucado, tão cansado e confuso, que não sei como ainda funciona. E agora ele procura por algo que o faça trabalhar mais rápido. Bombear sangue à todo vapor. Tô precisando liberar mais ocitocina. Tô precisando de uma reciprocidade conjugal, um troca de afagos, afeto e carinho. Não que me falte, mas é que cansei de historinhas. Cansei de estar sempre começando algo e nunca poder conseguir levar adiante. Seja por cansaço, desinteresse ou por faltar sentimento mesmo. Quero coisa mais intensa, duradoura, empolgante, recíproca. Quero uma certeza, enjoeei das dúvidas. Uma paixão de verdade. E só aceito a condição de encontrar uma alma que esteja conectada à mim. Assim, sintonizada num mesmo querer. Se é que alguém me entende. Se é que alguém me quer.

sábado, 11 de dezembro de 2010

"Eu me relaciono".

Por que nunca tive grandes relacionamentos? (Estamos falando de tempo, não de intensidade). Porque sempre acho que tenho que estar me relacionando com alguém, e assim sou obrigada, por mim mesma, a ser fantástica, inteligente, diferente de outras, enfim, excepcional. O gostar de seduzir naturalmente me força a ser melhor que eu mesma, me destacar em todo - quase todo - gostar. Gostar, ter carinho, apaixonar. Só que tudo me faz melhorar. É como se cada encontro de almas me cobrasse um "dê o seu melhor" sempre. E a cada relacionar, me entrego mais, sou mais. É claro que com as medidas certas, ou não tão certas, mas procurando aperfeiçoar cada instante. Talvez pensando mais e agindo menos, tudo culpa da indecisão. Do pouco de medo de decepcionar e se decepcionar também. Qualquer um tem um pouco disso, acredito. E além do tudo, não sou fácil de conviver. Nem eu mesma me suporto, às vezes.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"O fim é belo e incerto, depende de como você vê". É, acho que é isso. Esse é o resumo dessa angústia que se passa aqui dentro. Tudo caminhando pra sei lá que lugar, sei lá que mundo, pra quando, não sei. Tá bagunçado, distorcido. Pessoas saindo da minha vida, indo e vindo. As horas eruptindo, correndo demais, com gás demais. E eu aqui, meio imóvel, sem ritmo. Preciso disso, dum empurrãozinho. Coisa leve, sabe. Coisa boba, um triz. Só falta isso, eu tô sentindo. Meu desmotivo está ficando pra trás e a esperança está dizendo 'oi' mais uma vez. Essas vitórias alheias, aqueles falsos torcedores, esses incrédulos, aquelas coisas, vão tudo pro fim do poço, vão tudo se ensacar, virar cinza, pó. Quero perto de mim só eu mesma e aquilo que é meu, que faz parte de mim. Os bons, os amores, os que depositam fé verdadeira e Ele. Não quero mais nada além. E eu estou a dois passos, sinto. Muito, mas muito próxima do belo e incerto fim. Um dos muitos fims à frente. Só que tá faltando mais credo. Só e somente só. Daí então, quem sabe um dia. 'O' dia.