sábado, 25 de junho de 2011

Palavras e silêncio que jamais se encontrarão

Sua sentença: culpado! Você não deixou que o vão entre nós se esvaisse. Nem sequer se moveu pra que meu sorriso fosse menos educação e mais satisfação. Quis que eu me aproximasse? Talvez. Eu não sei dos seus desejos. Você não se abre pra mim, pra ninguém. Por quê? Tem medo! É um covarde! Entrou sorrateiramente no meu mundo e saiu sem avisar. Esqueceu-se de tirar os sapatos e deixou marcas por todo ele. E agora vive perambulando de mundo em mundo, galho em galho. Perdido. Não quer se achar novamente em mim. Vive comedido, pensante. Por que não chega junto? Não quer se machucar, é? E quanto a mim? Deixará que eu permaneça envolvida nesse sentimento sem expressão? Deixará minha vaidade e caprichos me vencerem? É difícil agir sem se permitir, sabe. Mais difícil ainda quando se é dependente do outro. Não que eu seja como uma fonte vital pra você, mas sei que você precisa de mim. Precisa dos meus toques e conselhos, diálogos... Do meu ombro pra chorar, rir, amparar a dor. Eu sei que por detrás das entrelinhas você tem o coração mole. Machucado, maltratado, mas ainda pulsante. Deixa eu cuidar dele, deixa? Deixa eu cuidar de você. E enquanto isso, deixo-lhe cuidar de mim.