sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eu preciso aprender a ser só.

Há gente demais, pessoas de menos. Pode ter multidão, micareta, ela tá lá só. O sentimento de solidão fica por detrás do disfarce do sorriso. Por detrás da maior mentira do mundo: "eu estou bem, obrigada". O silêncio é o que mais se observa nela. E ela observa o barulho das pessoas. Sente-se inteiramente frágil a todo instante. Mostra-se assim, é assim. Sente muito medo do mundo gigante. Cria o seu próprio mundo, se isola muitas vezes. Derrama lágrimas sozinha. Parece até ser triste. Não é, mas vive muitas horas de fraqueza. Ouve, lê, assiste, escreve pra espantar o desânimo. Enjoa fácil das pessoas. É atraída por muitas, enjoa-se da maioria bem rápido. Dos seres mais importantes da vida já duvida se são mesmo tão significantes assim. O tempo a fez ficar meio amarga, desgostosa. Ainda ama, apesar de tudo. Ama pouco, ama devagar, com cuidado. Já fizeram muitas cicatrizes no seu coração. É daí que vem a cautela de amar. Até das pessoas de sempre ela não sabe mais como e porquê amar. Estão deixando-a meio de escanteio, deixando o contato se esvair. Coitada! Ela tem tanto a oferecer à quem a sabe cativar. Guarda tanto amor dentro de si e mesmo assim alguns ficam desperdiçando contatos e aproximação. Busca uma tampa da panela, um novo melhor amigo. Diálogos olho no olho ficaram raros. O tempo pra ela passa quase à velocidade da luz. E ele parece carregar as pessoas junto, coisa chata de admitir. Coisa mais chata ainda é perceber que ela não sabe ser só. E ainda escreve em terceira pessoa. Quanta fuga! Ela procura essa terceira pessoa em alguém. Precisa de alguém, mas quem?